Allan Kardec
é o pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail. Nascido em 03 de outubro de
1804 na cidade de Lyon, França, foi um influente educador, autor e tradutor
francês. Adotou o pseudônimo para diferenciar as obras como codificador do
Espiritismo (Neologismo por ele criado), também conhecido como Doutrina
Espírita, dos trabalho pedagógicos publicados anteriormente.
Estudou no
Instituto Pestalozzi (Fundado por Johann Heinrich Pestalozzi) localizado no
Castelo de Yverdon, em Yverdon-Ies-Bains, na Suíça. Tornou-se um dos seus mais
distintos discípulos e aos quatorze anos de idade já ensinava aos colegas menos
adiantados. Aos dezoito, bacharelou-se em Ciências e Letras.
Concluído os
estudos, retornou ao seu país natal e, sendo profundo conhecedor da língua
alemã, traduzia diferentes obras de educação e de moral para este idoma. Possuia
conhecimentos em mais de cinco idiomas e era membro de diversas sociedades
acadêmicas.
Casou-se com
Amélie Gabrielle Boudet em 6 de fevereiro de 1832.
Das mesas girantes à
Codificação
Conforme o
seu próprio depoimento, publicado em Obras
Póstumas foi em 1854 que ouviu falar pela primeira vez do fenômeno das “mesas
girantes” através de um amigo, o Sr. Fortier. Sem dar muita atenção à época,
atribuiu o fenômeno apenas ao chamado magnetismo animal do qual era estudioso.
Somente em maio de 1855 sua curiosidade se
voltou para as mesas e começou a frequentar as reuniões.
Na época,
tomados pela curiosidade e pelo fenômeno “exótico”, os frequentadores faziam
perguntas efêmeras às mesas, que respondiam a tudo. O Prof. Rivail decidiu
então fazer “à mesa” uma pergunta mais inteligente, ao que obteve uma resposta
igualmente inteligente. O Prof. Rivail viu então que não poderia se tratar
apenas de um simples fenômeno de magnetização.
Convencido
de que o movimento e as respostas das mesas deviam-se à intervenção dos
espíritos, dedicou-se à organização e estruturação de uma proposta de
compreensão da realidade baseada na integração do conhecimentos científicos,
filosóficos e morais.
Tomou
conhecimento do fenômeno da escrita mediúnica – ou psicografia, e assim,
auxiliado por médiuns psicógrafos, passou a se comunicar com os espíritos. Um
desses, conhecido como um “espírito familiar”, passa a orientar seus trabalhos.
Este espírito, mais tarde, informou ao Professor que já o conhecia do tempo das
Gálias, com o nome de Allan Kardec. Rivail passa a adotar este pseudônimo, sob
o qual publicou as obras que sintetizam as leis da Doutrina Espírita.
Com suas
pesquisas e anotações, publicou em 18 de
abril de 1857 O Livro dos Espíritos, considerado como o marco de fundação do
Espíritismo. Logo após veio a Revista Espírita (1 de janeiro de 1858) e então
foi fundada a primeira sociedade espírita com o nome de Sociedade Parisiense de
Estudos Espíritas. À estas seguiram-se os demais trabalhos da Doutrina
Espírita, conhecidos com Obras Básicas da codificação.[1]
Kardec
dedicou os futuros anos à divulgação do Espiritismo entre diversos
simpatizantes, e a defendê-lo dos opositores. Faleceu em Paris, a 31 de março
de 1869, aos 64 anos de idade, em decorrência da ruptura de um aneurisma. Está
sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, uma célebre necrópole da capital francesa.
Junto ao túmulo foi erguido um Dólmen Druídico e acima de sua tumba pode ser
lido seu lema: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a
lei”, em francês.
Em seu
sepultamento, seu amigo, o astrônomo francês Camille Flammarion proferiu o
seguinte discurso, ressaltando a sua admiração pelo codificador:
“Voltaste a esse mundo donde viemos e colhes o fruto de teus
estudos terrestres. Aos nossos pés dorme o teu envoltório, extinguiu-se o
teu cérebro, fecharam-se-te os olhos para não mais se abrirem,
não mais ouvida será a tua palavra… Sabemos que todos havemos de mergulhar
nesse mesmo último sono, de volver a essa mesma inércia, a esse mesmo pó. Mas,
não é nesse envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança. Tomba o
corpo, a alma permanece e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo
melhor e no céu imenso onde usaremos das nossas mais preciosas faculdades, onde
continuaremos os estudos para cujo desenvolvimento a Terra é teatro
por demais acanhado. (…) Até à vista, meu caro Allan Kardec, até à vista!”
“Não há fé inabalável senão aquela
que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da humanidade!”
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