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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Allan Kardec





            Allan Kardec é o pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard Rivail. Nascido em 03 de outubro de 1804 na cidade de Lyon, França, foi um influente educador, autor e tradutor francês. Adotou o pseudônimo para diferenciar as obras como codificador do Espiritismo (Neologismo por ele criado), também conhecido como Doutrina Espírita, dos trabalho pedagógicos publicados anteriormente.

            Estudou no Instituto Pestalozzi (Fundado por Johann Heinrich Pestalozzi) localizado no Castelo de Yverdon, em Yverdon-Ies-Bains, na Suíça. Tornou-se um dos seus mais distintos discípulos e aos quatorze anos de idade já ensinava aos colegas menos adiantados. Aos dezoito, bacharelou-se em Ciências e Letras.

            Concluído os estudos, retornou ao seu país natal e, sendo profundo conhecedor da língua alemã, traduzia diferentes obras de educação e de moral para este idoma. Possuia conhecimentos em mais de cinco idiomas e era membro de diversas sociedades acadêmicas.

            Casou-se com Amélie Gabrielle Boudet em 6 de fevereiro de 1832.

Das mesas girantes à Codificação

            Conforme o seu próprio depoimento, publicado em Obras Póstumas foi em 1854 que ouviu falar pela primeira vez do fenômeno das “mesas girantes” através de um amigo, o Sr. Fortier. Sem dar muita atenção à época, atribuiu o fenômeno apenas ao chamado magnetismo animal do qual era estudioso. Somente em maio de 1855 sua curiosidade  se voltou para as mesas e começou a frequentar as reuniões.

            Na época, tomados pela curiosidade e pelo fenômeno “exótico”, os frequentadores faziam perguntas efêmeras às mesas, que respondiam a tudo. O Prof. Rivail decidiu então fazer “à mesa” uma pergunta mais inteligente, ao que obteve uma resposta igualmente inteligente. O Prof. Rivail viu então que não poderia se tratar apenas de um simples fenômeno de magnetização.

            Convencido de que o movimento e as respostas das mesas deviam-se à intervenção dos espíritos, dedicou-se à organização e estruturação de uma proposta de compreensão da realidade baseada na integração do conhecimentos científicos, filosóficos e morais.

            Tomou conhecimento do fenômeno da escrita mediúnica – ou psicografia, e assim, auxiliado por médiuns psicógrafos, passou a se comunicar com os espíritos. Um desses, conhecido como um “espírito familiar”, passa a orientar seus trabalhos. Este espírito, mais tarde, informou ao Professor que já o conhecia do tempo das Gálias, com o nome de Allan Kardec. Rivail passa a adotar este pseudônimo, sob o qual publicou as obras que sintetizam as leis da Doutrina Espírita.

            Com suas pesquisas  e anotações, publicou em 18 de abril de 1857 O Livro dos Espíritos, considerado como o marco de fundação do Espíritismo. Logo após veio a Revista Espírita (1 de janeiro de 1858) e então foi fundada a primeira sociedade espírita com o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. À estas seguiram-se os demais trabalhos da Doutrina Espírita, conhecidos com Obras Básicas da codificação.[1]

            Kardec dedicou os futuros anos à divulgação do Espiritismo entre diversos simpatizantes, e a defendê-lo dos opositores. Faleceu em Paris, a 31 de março de 1869, aos 64 anos de idade, em decorrência da ruptura de um aneurisma. Está sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, uma célebre necrópole da capital francesa. Junto ao túmulo foi erguido um Dólmen Druídico e acima de sua tumba pode ser lido seu lema: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei”, em francês.




            Em seu sepultamento, seu amigo, o astrônomo francês Camille Flammarion proferiu o seguinte discurso, ressaltando a sua admiração pelo codificador:

“Voltaste a esse mundo donde viemos e colhes o fruto de teus estudos terrestres. Aos nossos pés dorme o teu envoltório, extinguiu-se o teu cérebro, fecharam-se-te os olhos para não mais se abrirem, não mais ouvida será a tua palavra… Sabemos que todos havemos de mergulhar nesse mesmo último sono, de volver a essa mesma inércia, a esse mesmo pó. Mas, não é nesse envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança. Tomba o corpo, a alma permanece e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo melhor e no céu imenso onde usaremos das nossas mais preciosas faculdades, onde continuaremos os estudos para cujo desenvolvimento a Terra é teatro por demais acanhado. (…) Até à vista, meu caro Allan Kardec, até à vista!”


“Não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da humanidade!”



[1] Ver publicação deste blog em Dicas -> As Obras Básicas

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